Tecnologias Sociais da FBB
A Fundação Banco do Brasil investe na reaplicação de Tecnologias Sociais (TS) com vistas à superação da pobreza e a geração de trabalho e renda. O conceito de TS adotado pela FBB compreende produtos, técnicas ou metodologias desenvolvidas em interação com comunidades e que resultem em soluções efetivas de transformação social.
Em comunidades rurais a noção de desenvolvimento ganha novos matizes locais, permitindo a autogestão e o envolvimento das comunidades, gerando aprendizagem constante e nova cultura tecnológica, construindo processos participativos para a geração de políticas públicas de inclusão social. Para mais informações sobre Tecnologias Sociais consulte o site: http://www.fbb.org.br/tecnologiasocial/
→ Na região da Bacia do Rio São Bartolomeu, diferentes Tecnologias Sociais têm disso reaplicadas, confira abaixo algumas delas:
PAIS - Produção Agroecológica Integrada e Sustentável - Tecnologia Social Reaplicada
Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS) é uma tecnologia social inspirada na atuação de pequenos produtores que optaram por fazer uma agricultura sustentável, sem uso de produtos tóxicos e com a preocupação de preservar o meio ambiente. Integrando técnicas simples e já conhecidas por muitas comunidades rurais, o modelo busca:
- reduzir a dependência de insumos vindos de fora da propriedade;
- diversificar a produção;
- utilizar com eficiência e racionalização os recursos hídricos;
- alcançar a sustentabilidade em pequenas propriedades; e
- produzir em harmonia com os recursos naturais.
Mais do que uma horta circular com um galinheiro ao centro e irrigação por gotejamento, o PAIS é um sistema integrado e uma alternativa de trabalho, renda e melhoria da qualidade de vida para a agricultura familiar.
O método dispensa o uso de agrotóxicos, queimadas e desmatamentos, preserva a qualidade do solo e das fontes de água, alia a criação de animais com a produção vegetal, estimula a agricultura orgânica, reduz a dependência de insumos alheios à propriedade, apoia o correto manejo dos recursos naturais, incentiva a diversificação da produção e evita o desperdício de alimento, água, energia e tempo do produtor.
Desde 2005, a Fundação Banco do Brasil vem atuando de forma a reaplicar a tecnologia PAIS. Atualmente existem unidades PAIS implantadas ou em implantação em 21 Estados brasileiros, além do Distrito Federal: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins.
A tecnologia PAIS tem se mostrado uma alternativa promissora para garantia de segurança alimentar e renda no campo. Por esse motivo, várias instituições vêm se juntando à Fundação Banco do Brasil para a sua reaplicação. São parceiros o BNDES, o Sebrae, a Petrobras, além de diversas entidades governamentais e não governamentais.
Entre 2005 e 2011 alguns avanços foram obtidos na reaplicação dessa tecnologia, como a edição do Manual PAIS, cartilhas diversas, como a Cartilha do Produtor Rural em quadrinhos, a realização de Encontro Nacional em 2010 e integração com a estratégia de Desenvolvimento Regional Sustentável do Banco do Brasil - DRS.
Especificamente no caso da integração com a estratégia DRS do Banco do Brasil, está em andamento experiência de sucesso no Mato Grosso do Sul em parceria com o Sebrae/ MS onde, com recursos do Pronaf e investimento social, produtores da região implementam a tecnologia social, obtendo elevação na renda e ganhos em relação ao capital social com a formação de cooperativas e criação de feiras agroecológicas.
Balde Cheio - Tecnologia Social Reaplicada
A Tecnologia Social Balde Cheio foi criada pela Embrapa Pecuária Sudeste como tentativa de transferir aos produtores leiteiros técnicas e avanços estudados pelos institutos de ensino e de pesquisa, buscando o desenvolvimento da cadeia produtiva do leite. Essa solução foi uma das finalistas do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social na edição de 2009.
A proposta é passar ao produtor um pacote de conhecimentos e tecnologias que compreende técnicas de produção intensiva, como conservação e manejo do solo, rotação de pastagens, utilização de cana-de-açúcar e uréia no período de seca, exames nos animais, técnicas de silagem, irrigação e adubação de pastagem, dentre outras. Com isso, obtem-se ganho significativo na produtividade, otimizando o espaço e utilizando técnicas simples e de baixo custo, aumentando, consequentemente, a margem de lucro do produtor.
Diversamente de outras ações da Fundação Banco do Brasil, as que envolvem reaplicação da tecnologia Balde Cheio são direcionadas a um público formado por produtores rurais com alguma infraestrutura e vocação para produção de leite.
São pressupostos, para o início do trabalho, os seguintes fatores:
- Existência de mercado (fornecedor e comprador);
- Disponibilidade de energia elétrica e estradas;- Produtores rurais que já atuem na atividade leiteira (proprietários, posseiros, assentados da Reforma Agrária, e que estejam aptos à obtenção de Declaração de Aptidão ao Pronaf);
- Existência de cooperativa ou associação de produtores regularmente organizada;
- Disponibilidade de profissionais com conhecimento e domínio da tecnologia.
A estratégia da FBB consiste na implantação de unidades demonstrativas onde o produtor beneficiado disponibiliza sua propriedade para realização de dias de campo e capacitações para outros produtores da região. Com recursos do Pronaf, esses produtores são incentivados à implantar a tecnologia em suas unidades familiares, recebendo assistência técnica pelo projeto.
No Centro-Oeste, a reaplicação dessa tecnologia social está sendo realizada no Entorno do Reservatório da Barragem Corumbá IV, em Luziânia (GO) e no entorno do DF (São Sebastião, Planaltina, Sobradinho, Paranoá e Gama). Na região Sudoeste do país, em parceria com o BNDES, a Fundação está reaplicando a tecnologia social no território do Vale do Rio Doce. Em todos esses casos observam-se expressivos resultados de aumento da produtividade e da renda familiar. Em âmbito nacional, a tecnologia objetiva o aumento da produtividade atual do Brasil – que varia de 1,5 mil a 2 mil litros de leite por hectare a cada ano – para 20 mil litros/hectare/ano.
São parceiros da Fundação o BB/DRS, o BNDES, o Instituto Cooperforte, o Instituto Rede Terra, o Centro de Informação e Assessoria Técnica, o Sebrae Mato Grosso do Sul e a Cooperativa Agropecuária de São Sebastião Ltda.
Para mais informações sobre a tecnologia Balde Cheio, acesse o site da Embrapa Pecuária Sudeste.
* Fonte: www.fbb.org.br
FOSSAS SÉPTICAS BIODIGESTORAS - Tecnologia Social Reaplicada
A tecnologia social Fossas Sépticas Biodigestoras consiste num sistema de tratamento doméstico de dejetos humanos voltado para a área rural. A tubulação do vaso sanitário é desviada para três caixas coletoras interligadas. Essas caixas são enterradas para garantir temperatura ideal para o processo de biodigestão dos dejetos.
A manutenção do sistema envolve a colocação de uma mistura de água e esterco fresco na primeira caixa. Esse material auxilia o processo de biodigestão que se inicia na primeira caixa e finaliza na segunda. A água que é despejada na terceira caixa já está livre de agentes patogênicos e rica em nutrientes, podendo ser utilizada na irrigação de frutíferas, na preparação do solo e em pilhas de compostagem.
Ao tratar o esgoto doméstico, evita-se a contaminação do lençol freático com o despejo dos dejetos diretamente no solo. Assim, aumenta-se a qualidade da água disponível para o consumo humano, evitando a propagação de doenças causadas pela ingestão de água imprópria.
Além disso, a técnica permite gerar uma economia de até 4.500 quilos de fertilizantes por ano, diminuindo gastos com adubação e contribuindo para a preservação do meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida no campo.
O sistema de saneamento, criado pela Embrapa de São Carlos (SP), venceu o Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social em 2001. Sua reaplicação vem sendo realizada nos Estados do Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio de janeiro, Pernambuco e no Distrito Federal em parceria com organizações do terceiro setor.
Para maiores informações sobre a tecnologia social, acesse a Cartilha Fossas Sépticas Biodigestoras.
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